O mês de julho é dedicado à conscientização sobre os miomas, tumores uterinos benignos que afetam grande parte do público feminino. Um estudo da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), aponta que cerca de 80% das mulheres em idade fértil apresentam essa condição. O ginecologista, Alexandre Silva e Silva, explica como os miomas são formados. “Mioma é um tumor benigno do útero, originado à partir do tecido de junção entre as fibras musculares uterinas, que se proliferam de maneira exacerbada e formam nódulos”, diz.
Esses nódulos podem ser únicos ou múltiplos, pequenos e grandes e, quanto mais crescem, mais riscos representam à saúde da mulher. Conforme o especialista, existem alguns fatores que promovem o surgimento e crescimento de miomas como as causas hereditárias e genéticas. Além do consumo excessivo de carne vermelha, frango, dieta rica em soja e o uso de hormônios com base em estrogênio, como os anticoncepcionais. Ele chama atenção para os sintomas da doença. “O sintoma principal é o aumento do fluxo menstrual, muitas vezes levando a anemia e ao cansaço. Dores abdominais em cólicas e aumento do volume abdominal, quando estão maiores”, pontua o ginecologista.
Higara de Jesus, de 41 anos, se prepara para a cirurgia de retirada dos miomas. Ela conta que ficou emocionalmente abalada depois que obteve o diagnóstico e até precisou buscar ajuda de um psicólogo. “Na verdade, o que me afetou mesmo foi o psicológico porque tenho muito medo de fazer a cirurgia e agora que estou me convencendo que preciso ir”, relata. Sabrina Lustosa, também de 41, conta que tem miomas desde os 30 anos de idade. Ela relata que, no momento, está fazendo o uso de medicamentos, pois planeja uma gestação. “Estou fazendo tratamento para engravidar, por isso, não posso mexer neles”, explica.
Carmelita Francisca, de 49, conta que, aos 47 anos, precisou ser submetida a uma histeroscopia para a retirada do útero. O procedimento cirúrgico aconteceu após ela ser diagnosticada com mioma submucoso, um tipo de mioma que fica totalmente ou parcialmente dentro da cavidade uterina. “Como eu era uma mulher mais velha e já tinha tido filho, o médico me indicou a cirurgia porque o mioma estava crescendo muito e não poderia esperar muito tempo”, argumenta Carmelita. Ela revela que descobriu o mioma após procurar atendimento médico devido às fortes dores que sentia e por acreditar que os sintomas que ela tinha eram sinais de menopausa. “Meu fluxo menstrual aumentou muito, eu sentia muita cólica, muita dor e minha barriga ficava muito enxada”, lembra.
Carmelita conta ainda que se recuperou bem após a operação. “Eu tive uma boa recuperação, para mim foi uma boa saída ter feito a cirugia”, afirma. Como nos casos de Higara, Sabrina e Carmelita, o tratamento de miomas costuma ser cirúrgico ou medicamentoso. De acordo com o ginecologista, quanto mais depressa os miomas forem tratados, menores são as chances de que esses nódulos comprometam a anatomia e função do útero. “É importante ressaltar que o quanto antes o diagnóstico de mioma é realizado e o quanto antes essa paciente procura por um especialista no problema, maiores são as chances de que um procedimento menor e mais simples seja suficiente para tratar e manter o órgão com sua função”, enfatiza o médico.