sábado 27, julho, 2024 - 5:25

Comportamento

O pânico como desafio ao bem-estar social 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 9,3% dos brasileiros sofrem de

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Há pouco mais de dez anos, a dona de casa Carmelita Francisca, hoje com 48 anos, foi diagnosticada com o transtorno do pânico. Ela conta que tudo começou após sentir fortes dores no peito e aceleração dos batimentos cardíacos. “Eu pensava que estava com algum problema no coração ou qualquer outro problema sério. Fiz alguns exames, até que descobri que não tinha nada no coração. Então eu procurei o psiquiatra e ele me falou que era a síndrome do pânico”, explica.

Conforme Carmelita, no início do tratamento os ataques de pânico eram constantes. Ela até chegou a procurar atendimento médico por diversas vezes com receio de ter algo grave. “No início eu fui várias vezes para o hospital mesmo sabendo que eram

A psiquiatra, Marina Rocha explica que essa preocupação é bem comum na vida de quem tem a síndrome. “Pode ser desafiador para o paciente, pois ele nem sempre associa os sintomas a um ataque de pânico, e acaba pensando em outras condições, como um infarto por exemplo”, enfatiza Marina.as crises. Porque era difícil no momento e queria saber o que estava acontecendo comigo”, relembra.

De acordo com a médica, o transtorno do pânico é caracterizado por crises espontâneas de intensa ansiedade e medo, que surgem de forma repentina, durando entre minutos e horas. “É uma condição psíquica incapacitante em que o paciente apresenta diversos ataques de pânico e fica constantemente com medo de novos ataques , mudando sua rotina a fim de evitá-los”, diz a psiquiatra.

Ela alerta para sintomas como palpitação, taquicardia, falta de ar, asfixia, aperto no peito e tremor,. Além do forte medo de morrer ou ter novos ataques de pânico. “Podem ser também induzido por um fator estressor. Ou seja, podem ser inesperados ou podem ocorrer de forma esperada diante de uma determinada circunstância”, explica a médica.

Carmelita relata que, mesmo após anos de tratamento, ainda sente dificuldade para lidar com as crises.” “Eu reajo com muito medo de a qualquer momento ela voltar. Quando acontece, fico com medo de sair na rua e passar por alguma situação complicada ou perder o controle”, conta.

Ela ressalta a importância da presença de um especialista e da fé na melhora de sua qualidade de vida, e incentiva a busca por ajuda. “Para mim funcionou assim. Coloquei Deus na frente e procurei tratamento. Busque tratamento, busque ajuda, porque com Deus e o tratamento, tudo dá certo”, afirma.